Por que acredito que colecionar arte é um ato de amor (e um investimento inteligente)

Por Pérola Navarro

Existe uma história por trás dessa história.

Tenho quase trinta anos. Pinto há anos, expondo em cidades como Los Angeles, Nova York e Miami — e agora estou expondo na Red Dot Art Fair durante a Art Basel 2025 , o que é enorme para uma artista emergente. Mais de cem colecionadores já têm minhas obras em suas casas, desde os pequenos trabalhos de 13x18 cm que envio pelo programa Art in Transit até pinturas grandes que agora estão em residências que eu nunca vi.

E comecei a me perguntar: o que meus colecionadores realmente ganham investindo na minha arte agora, neste momento?

O compromisso de toda a vida do artista

Eu sei o que ganho com isso — tudo.

Pintar não é uma fase para mim. É como eu entendo o mundo, é como eu me conecto com as pessoas, é o que eu vou continuar fazendo pelo resto da minha vida. Não existe plano B. Este é o plano.

Então, quando alguém decide colecionar obras de uma artista como eu — uma artista emergente na casa dos 20 anos, ainda no início da carreira, mas já expondo, já colecionada e já em atividade — não está apenas comprando um objeto. Está entrando em uma história que ainda não terminou.

Artistas trabalham por mais tempo do que quase qualquer outra pessoa.

Enquanto pesquisava sobre isso, encontrei algo que me fez sorrir: pintores e artistas visuais tendem a criar por 40 a 60 anos . Não "envelhecemos" e deixamos de ser artistas da mesma forma que alguns artistas performáticos ou influenciadores. Como diz a Artists Network , os pintores realmente não têm data de validade — nosso trabalho, na verdade, se aprofunda à medida que amadurecemos.

Só isso já muda a forma como encaramos o colecionismo: se o artista está envolvido com a arte para a vida toda, então colecionar no início é como adquirir os primeiros capítulos de um livro que continuará sendo escrito.

Existe até um artigo acadêmico do Centro de Estudos Financeiros comparando os primeiros colecionadores de arte aos investidores de capital de risco em estágio inicial — aqueles que enxergam o potencial antes de todo mundo. Isso me fez pensar nos meus próprios colecionadores. É isso que eles são. Os primeiros a acreditar.

Por que a fase 28-35 é importante?

Outra coisa que descobri: muitos artistas só começam a ser colecionados com mais seriedade entre os 28 e os 35 anos . É nesse momento que voz, consistência e visibilidade começam a se alinhar. E eu estou exatamente nessa fase.

As novas gerações de colecionadores estão buscando exatamente isso: pessoas que amam arte e querem apoiar artistas no início de suas longas carreiras, enquanto as obras ainda são acessíveis. Este artigo da Artistic Masterclass aborda como os millennials e a Geração Z estão remodelando o colecionismo dessa forma.

Então, se você me adquirir agora — aos 28-30 anos, em exposição nos EUA, entrando na semana da Art Basel — você estará literalmente na sala antes do previsto.

Então... o que você ganha como colecionador?

Primeiro, você adquire significado . Você não está comprando decoração. Você está comprando algo que alguém fez à mão, com intenção, com essência.

Em segundo lugar, você ganha proximidade . Como ainda estamos no início, posso te contar a história por trás da obra, posso te mandar uma mensagem, posso dizer "esta foi pintada no meu estúdio em Los Angeles quando eu estava fazendo a transição para uma nova paleta de cores". Esse nível de intimidade é algo que artistas renomados nem sempre conseguem oferecer.

Em terceiro lugar, você ganha valor futuro potencial . Se eu continuar fazendo o que estou fazendo — continuar expondo, continuar expandindo para outras cidades, continuar presente em feiras como a Red Dot — suas primeiras obras se tornam marcos desse caminho.

O que a Arte em Trânsito lhe proporciona

A Art in Transit foi a minha maneira de tornar a coleção de minhas obras fácil, acessível e consistente. Todo mês eu envio:

• uma impressão limitada de 5x7" assinada ,
• Uma pequena carta sobre a arte ou sobre o que eu estava sentindo/processando,
• e, às vezes, uma peça sazonal/surpresa .

É pequeno, mas é acolhedor. E para muita gente, é o primeiro passo para colecionar arte original.

Por que estou contando tudo isso para vocês?

Porque quero que a relação seja transparente. Quero que saiba que estou comprometida com a pintura para o resto da minha vida. Quero que saiba que colecionar obras de um artista que está de fato trabalhando , expondo, viajando para feiras e ainda acessível é algo poderoso. E quero que veja que o seu apoio não é apenas gentil... é inteligente.